O risco e andar de bicicleta

Tirar as rodinhas à bicicleta

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O observador incauto poderá achar que andar de bicicleta é um perigo, algo para gente doida ou inconsciente.

Duas rodas em frente uma da outra, pneus fininhos, tudo muito esbelto, quase débil. Quem, no seu perfeito juízo, se sentaria numa coisa destas e andaria por aí a pedalar?!

Não será melhor colocarmos umas rodinhas laterais, para ajudar ao equilíbrio? Assim já não caímos, pois que temos vários pontos de apoio.

Parece lógico, não parece?

Mas quem vê uma criança a andar de bicicleta com rodinhas constata de imediato que talvez não seja tão seguro assim. Qualquer ressalto no pavimento é suficiente para encravar ou mesmo deitar ao chão o cliclista de rodinhas mais experiente.

Tiremos as rodinhas então.

O resultado?

É muito mais seguro, rápido, eficiente e divertido.

Claro está, temos de saber andar de bicicleta…

Esta aversão ao risco intuitiva mas prejudicial é muito comum em quem se atira a um projeto na indústria da construção, uma combinação tóxica entre receios instintivos e o desconhecimento dos verdadeiros riscos e desafios.

Ser avesso ao risco pode, na verdade, ser demasiado arriscado.

Ou, dito de outra forma, a melhor medida de mitigação do risco é mesmo Saber. Fazer. Acontecer.

Jaime Quintas

Ilustração de Ana Salvado | Todos os direitos reservados

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