Sébastien Roux: “O BIM não resolve tudo, mas resolve cedo”

Sébastien Roux: “O BIM não resolve tudo, mas resolve cedo”

Foi às 7h30 da manhã, como já é tradição nas Tertúlias Alphalink, que recebemos Sébastien Roux, arquiteto, BIM Manager e cofundador da Limsen — uma das empresas de referência na implementação e gestão de BIM em Portugal.

Durante quase uma década, Sébastien exerceu arquitetura. Em 2018, fundou a Limsen com Filipe Lima, com o objetivo de responder aos desafios da digitalização dos projetos e à necessidade de melhorar os processos de compatibilização e execução em obra. Nesta tertúlia, explorámos a verdadeira utilidade do BIM, o ponto de situação da sua adoção em Portugal e o papel que os gestores de projeto podem desempenhar para facilitar a sua implementação.

O BIM não acelera, antecipa

Uma das ideias-chave da conversa foi desmistificar a ideia de que o BIM permite projetar mais depressa ou com menos recursos. O que o BIM permite, sim, é antecipar os problemas de compatibilização que, de outra forma, só seriam detetados em obra — com os consequentes custos e atrasos.

Há vida para lá da compatibilização geométrica

O BIM é eficaz na compatibilização geométrica, mas está longe de resolver automaticamente as compatibilizações entre especialidades. Ainda exige uma análise cuidadosa de requisitos como segurança contra incêndios, potência elétrica necessária para sistemas AVAC, entre muitos outros.

Medições? Sim, mas com estrutura

O potencial do BIM para agilizar medições é significativo — desde que o modelo esteja bem estruturado, o projeto corretamente modelado e haja curadoria humana dos resultados. O BIM ajuda, mas não substitui o discernimento técnico.

Uma indústria em evolução

Apesar de a indústria ainda estar a aprender BIM, a evolução é visível e consistente. As resistências começam a ceder e os processos tornam-se mais fluidos, tanto em gabinetes projetistas como no terreno.

Normas existem, uniformidade ainda não

Mesmo com a existência de normas ISO para os processos BIM, a indústria ainda não encontrou uma forma transversal e homogénea de implementação. Cada projeto acaba por ter as suas especificidades e métodos próprios.

Qual o papel dos gestores de projeto?

A Alphalink acredita que um dos papéis do gestor de projeto é ajudar a definir, desde o início, as responsabilidades de cada interveniente. Isso passa por estabelecer, logo na contratação de projetistas e empreiteiros, o que se pretende de cada um ao nível do BIM. Essa clareza é essencial para o sucesso de qualquer processo colaborativo.

“Lá fora” também é difícil

A experiência da Limsen em projetos internacionais reforça uma ideia que na Alphalink já conhecíamos bem: não há geografias perfeitas. Projetar e construir é um processo complexo em qualquer parte do mundo. A diferença está na forma como os desafios são enfrentados e nos processos que se estabelecem.

Um dos papéis do GP Alphalink é criar as condições para que todos os envolvidos num projeto possam ter o melhor desempenho possível. Para isso, é essencial compreender bem os papéis, responsabilidades e desafios de todos os intervenientes.

Nas Tertúlias Alphalink, abrimos espaço para ouvir — sem filtros nem formalismos — os vários protagonistas do setor da construção.

É muito bom ouvir pessoas inteligentes a pensar!

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